Recentemente vem ganhando corpo uma nova modalidade de tratamento para a disfunção erétil – a Terapia de Ondas de Choque (TOC). Apesar do nome assustador, o tratamento é indolor e praticamente sem efeitos adversos. Também não tem nada a ver com choques elétricos. São ondas de choque mecânico geradas por um propulsor de ondas.
A Terapia por Ondas de Choque não é bem uma novidade na medicina. O uso dessa energia já é usado há muitos anos para o tratamento dos cálculos renais, onde a propagação das ondas, tendo como foco o cálculo, é capaz de promover a fragmentação do mesmo. Também tem sido usado como método capaz de reduzir a atividade inflamatória em tendinopatias e artropatias pelos ortopedistas e reumatologistas. E mais recentemente, foi verificada a capacidade de estimular a neoangiogênese, ou seja, a capacidade de formar novos vasos sanguíneos, em pacientes coronariopatas. E foi neste sentido, que um pesquisador chamado Vardi, em 2010, iniciou seus trabalhos com TOC em pacientes com disfunção erétil. A idéia seria verificar a neoangiogênese no pênis de homens com disfunção erétil arteriogênica, que são aqueles que não conseguem uma ereção adequada devido problemas nas artérias que levam sangue ao pênis.
Os resultados foram surpreendentes com melhora dos pacientes em todos os quesitos avaliados, como melhora da nota no questionário IIEF (questionário padronizado para disfunção erétil) e melhora subjetiva do grau de rigidez. A melhora foi mantida por todo o período do estudo que durou 6 meses. Muitos pacientes que usavam medicamentos inibidores da 5-fosfodiesterase (iPDE5), como sildenafila e tadalafila, passaram a ter ereções sem o auxílio do remédio. Outros, que não eram mais bons respondedores ao remédios, voltaram a responder aos iPDE5.
Houveram muitos estudos após a descrição de Vardi e colaboradores, e todos mostrando taxas de resposta variáveis, mas confirmando ser um método promissor. É considerada a taxa de melhora média nos estudos em cerca de 60%.
O tratamento com TOC é realizado em diversas sessões, ao longo de duas ou mais semanas, a depender do tipo de equipamento utilizado e do protocolo adotado. É realizado em regime ambulatorial, ou seja, no consultório. Não requer anestesia ou analgesia.
Para saber se o seu caso tem indicação de TOC é necessário consultar um especialista em disfunção erétil, que é o urologista ou o andrologista.