Cálculo urinário também é conhecido por litíase urinária ou, popularmente como “pedras nos rins”. Consistem em formações sólidas e duras, similares a pedras, de tamanhos variados, nos órgãos do aparelho urinário (rins, ureteres, bexiga ou uretra). Podem ocasionar dor e infecção, mas muitas vezes o paciente não apresenta nenhum sintoma.
Nossos rins filtram o sangue, removendo da circulação o excesso de água absorvido pelo intestino, assim como diversas moléculas que podem estar excedentes no sangue, produzindo a urina. Quando o excedente de água é volumoso, é produzido um maior volume de urina. A urina fica com aspecto claro pois possui uma grande proporção de água em relação aos sais (moléculas) excretados. Quando há pouca água excedente, a urina fica concentrada. Nesta situação, alguns sais podem deixar de estar dissolvidos e assumem o estado sólido. A agregação destes sais no estado sólido forma um cálculo. Existem diversos outros fatores que podem influenciar na formação do cálculo, como o pH urinário, doenças genéticas, hiperexcreção de cálcio, distúrbios de absorção intestinal de cálcio, infecção urinária, hiperparatireoidismo, etc.
Uma vez formado o cálculo, ele não é mais dissolvido, e só poderá sair pelo fluxo da urina ou removido por uma cirurgia. Exceção a esta regra são os cálculos de ácido úrico, que correspondem a cerca de 8% dos cálculos, e são passíveis de serem diluídos na urina com tratamento específico. O diagnóstico de cálculos no aparelho urinário é feito com exames de imagem, como a ultrassonografia, a radiografia e a tomografia computadorizada. Cálculos de até 5mm, possuem alta probabilidade de eliminação espontânea. Conforme aumenta o diâmetro do cálculo a chance de eliminação espontânea diminui, sendo necessário alguma intervenção. Os tratamentos têm por objetivo a fragmentação do cálculo em pedaços menores que possam ser eliminados pelo fluxo urinário, ou a remoção direta do cálculo.
Quando um cálculo migra pelo fluxo urinário e fica aprisionado em algum trajeto do ureter (canal que leva a urina do rim para a bexiga), ocasionando a obstrução do fluxo urinário, gera um quadro de dor intensa conhecido como cólica renal. Cálculos que não ocasionam obstrução da passagem da urina ou infecção, geralmente são assintomáticos.
Dentre as técnicas existentes para tratamento dos cálculos urinários, temos a litotripsia extracorpórea (ondas de choque mecânico são direcionadas ao cálculo objetivando sua fragmentação, é método não invasivo), as cirurgias endoscópicas (cirurgias realizadas com câmeras introduzidas pela uretra, na qual o cirurgião navega até o cálculo e o fragmenta com auxílio de litotridor ou laser), as cirurgias percutâneas (cirurgia realizada por orifício de cerca de 1cm nas costas, realizada com auxílio de câmeras e radiografias, o cirurgião fragmenta e retira os cálculos localizados no rim), e as cirurgias abertas convencionais.